domingo, 17 de junho de 2007

Poemas Soltos 2007, para acabar ...

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Hoje, terminamos as publicações dos poemas (dos nossos Alunos) concorrentes e destacados no concurso Poemas Soltos, quer por terem merecido prémio, quer por terem sido publicados em livro (que pode ser consultado na Biblioteca da Escola).
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Momentos
Cármen Ribeiro (11º A)
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Sou pregadora da desgraça,
A escuridão caiu, tudo é a três dimensões. . .
Vivo no meio da realidade, sou apenas uma
Poetisa de alma descoberta...
A noite cai num silêncio eterno e obscuro,
A lua chora por mim, as estrelas perderam o brilho,
O sol não consegue chegar ao céu...
Mente brilhante enterrada na sepultura, desgosto infinito...
Tenho a morte à espreita em cada esquina que vivo,
O vento sopra em minha direcção,
Sou culpado da infelicidade...
Olho pela janela, avisto uma cruz, uma rosa
Encarnada com espinhos que transborda sangue...
E quase no fim de toda a escuridão da minha vida
Vejo a minha sepultura. . .
Caminho lentamente em direcção a ela...
Entro num campo de imaginação em que tento
Ver tudo perfeito... Alegria, felicidade, amor e amizade...
Vejo tudo a escapar por entre os dedos, não consigo
Agarrar a felicidade...
Perco-a num sítio distante,
Passo pelo inferno e vejo-a a desmoronar-se...
Pareço ter um pacto com o diabo,
Uma luta interminável sem chegar ao sentido da vida...
Como conseguirei eu escapar destes momentos de
Angústia que parecem ser eternos?
Lanço uma retórica para a minha via e que
Durante muito tempo continuo sem resposta...
Será que algum dia isto acabar?
O mundo vai acabar, uma nova era de escuridão vai começar,
O silêncio vai cair sobre as nossas almas...
O segredo da vida irá ser desvendado,
Algo muito mau vai ser pregado nos nossos espíritas!
A minha alma vai descer ao inferno e lá permanecerá,
O fogo irá estrangular a minha dor,
Secar todo o suor que um dia poderia ter desperdiçado
Todo o meu corpo irá ser queimado até sobrar umas sublimes cinzas...
Cinzas estas enfeitiçadas e amaldiçoadas
Que irão cair no mar à espera que um dia
As trevas desçam à Terra e que
Uma nova história de terror comece...

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O Fim
Jorge Vieira (9º C)
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Existe uma sombra que me persegue
Calculando todos os passos que dou
Tornando todas as promessas vazias
"Apontando todos os dias" para mim
Como um "caçador pela presa"
À espera do momento certo...
Sou apenas um mentiroso,
Não passo de um imbecil,
Só te irei complicar

Confia em mim e certamente "cairás"...
Encontrarei um centro em ti,
Irei maltratá-lo, abusá-lo e depois abandoná-lo,
Irei erguer-te aos céus só para te ver cair...
A sombra é uma ferramenta,
Um aparelho, uma salvadora...

Viste que tentei olhar para o céu,
Mas os meus olhos queimaram...
Queimaram a luz, queimaram o sol…
Porque é que não podemos ficar sóbrios?
Só queria começar do princípio...
Porque é que não podemos beber para sempre?
Só queria voltar ao princípio.

Alguns dizem que o fim está próximo,
Outros dizem que veremos o fim do Mundo em breve...
Certamente... Espero que sim.
Bem precisava de umas "férias" deste "buraco", deste "anel",
Deste circo de aberrações a que chamamos casa...

Toma a minha mão e leva a minha vida...
Guia-me para longe... Bem longe daqui...
Já nada cresce... Já nada vive aqui...
Pó ao pó, cinzas às cinzas...
Afinal de contas...No fim de tudo, não somos nada...
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