sexta-feira, 1 de junho de 2007

Mestre Matias Alves, mandatário da Lista C, candidata ao Conselho das Escolas

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Apresentação da Lista C por Mestre Matias Alves (com a devida vénia)
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Do Conselho de Escolas
Uma nova forma de agir e mobilizar
Um desafio que tem de estar ao nosso alcance….
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Um dos pontos críticos que tem entravado a acção das escolas e dos professores e atrasado a melhoria das práticas e dos resultados educativos tem a ver com o modo de governação das instituições educativas.
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O modelo tecno-burocrático (centralista, uniforme, formalista, transformando facilmente os meios em fins, autofágico, legalista, desresponsabilizante ….) tem sido um poderoso factor do imobilismo e do “faz-de-conta” e contribuído também para a reiterada busca do bode expiatório.
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É certo que este modelo não chega para “ver” a realidade complexa. Há outras formas de agir quer no centro quer nas periferias que também nos ajudam a compreender o que (não) se passa. Uma acção fundada na desconfiança mútua, um modelo escolar fundado numa balcanização de interesses, numa segmentação excessiva dos saberes, dos espaços e dos tempos, uma presunção de competência que rejeita e/ou dispensa uma avaliação ao serviço da qualificação, da compreensão dos (in)êxitos e da melhoria da acção.
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Acresce ainda que os sistemas de representação política sofrem de uma crise de legitimidade. Os governos saídos das eleições precisam da participação dos interessados. O Governo por Decreto já passou à história. O Diário da República é um vasto cemitério de leis. E os sindicatos não podem esgotar os dispositivos de representação, nem dispensar a participação directa dos interessados. São as pessoas em interacção que em grande medida e nos seus contextos específicos podem fazer a diferença.
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E é neste contexto, sumariamente enunciado, que eu vejo o Conselho de Escolas. Como um órgão que represente directamente as escolas e esteja ao seu serviço. Isto é, ao serviço da tessitura de novos compromissos, da aliança dos parceiros educativos, de uma mobilização para uma acção educativa mais autónoma, mais liberta das várias tentações, mais responsável, e mais eficaz. Um órgão que resista ao risco de ser um mandatário do poder junto das escolas. Mas que lhe preste informações relevantes sobre as lógicas em acção e o que é hoje o complexo ofício de professor e de aluno. Para que quem detém o poder formal não governe contra a realidade. E não persista na ilusão tecno-burocrática.
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Espero pois que a lista contribua para uma nova forma de governação da educação e das escolas portuguesas. Sei que não é fácil. Mas sei que é possível.
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PS: declaração de interesse: fui convidado para ser mandatário da Lista C do Distrito do Porto. Confesso não saber muito bem qual a sua função. Aceitei, contudo, sê-lo por duas razões:
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i) porque penso que o conselho de escolas pode ser uma forma de tornar o poder menos cego, menos etnocêntico; uma forma de activar a democracia participativa (que reivindico);
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ii) porque conheço a maior parte das pessoas da lista e sei de que lado se colocarão e que interesses vão representar e defender. Este texto foi escrito a pedido da lista e poderá servir para fins de apresentação de programa. TERREAR
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Da nossa parte, assumimos que a nossa acção
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Será sempre orientada pelos princípios e desígnios que o nosso mandatário aqui enuncia;
Procurará ser voz das Escolas em todas as dimensões - do assumir ao conseguir, do perceber ao pretender e do querer ao exigir;
Também se norterá pela afirmação dos contextos na visão global da Educação, pelos parâmetros de qualidade e de dignidade face aos desmandos e pela intransigência da defesa dos agentes educativos no vórtice das transformações.
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