.Hoje, terminamos as publicações dos poemas (dos nossos Alunos) concorrentes e destacados no concurso Poemas Soltos, quer por terem merecido prémio, quer por terem sido publicados em livro (que pode ser consultado na Biblioteca da Escola).
.Momentos
Cármen Ribeiro (11º A)
.
Sou pregadora da desgraça,
A escuridão caiu, tudo é a três dimensões. . .
Vivo no meio da realidade, sou apenas uma
Poetisa de alma descoberta...
A noite cai num silêncio eterno e obscuro,
A lua chora por mim, as estrelas perderam o brilho,
O sol não consegue chegar ao céu...
Mente brilhante enterrada na sepultura, desgosto infinito...
Tenho a morte à espreita em cada esquina que vivo,
O vento sopra em minha direcção,
Sou culpado da infelicidade...
Olho pela janela, avisto uma cruz, uma rosa
Encarnada com espinhos que transborda sangue...
E quase no fim de toda a escuridão da minha vida
Vejo a minha sepultura. . .
Caminho lentamente em direcção a ela...
Entro num campo de imaginação em que tento
Ver tudo perfeito... Alegria, felicidade, amor e amizade...
Vejo tudo a escapar por entre os dedos, não consigo
Agarrar a felicidade...
Perco-a num sítio distante,
Passo pelo inferno e vejo-a a desmoronar-se...
Pareço ter um pacto com o diabo,
Uma luta interminável sem chegar ao sentido da vida...
Como conseguirei eu escapar destes momentos de
Angústia que parecem ser eternos?
Lanço uma retórica para a minha via e que
Durante muito tempo continuo sem resposta...
Será que algum dia isto acabar?
O mundo vai acabar, uma nova era de escuridão vai começar,
O silêncio vai cair sobre as nossas almas...
O segredo da vida irá ser desvendado,
Algo muito mau vai ser pregado nos nossos espíritas!
A minha alma vai descer ao inferno e lá permanecerá,
O fogo irá estrangular a minha dor,
Secar todo o suor que um dia poderia ter desperdiçado
Todo o meu corpo irá ser queimado até sobrar umas sublimes cinzas...
Cinzas estas enfeitiçadas e amaldiçoadas
Que irão cair no mar à espera que um dia
As trevas desçam à Terra e que
Uma nova história de terror comece.....O FimJorge Vieira (9º C)
.Existe uma sombra que me persegue
Calculando todos os passos que dou
Tornando todas as promessas vazias
"Apontando todos os dias" para mim
Como um "caçador pela presa"
À espera do momento certo...
Sou apenas um mentiroso,
Não passo de um imbecil,
Só te irei complicar
Confia em mim e certamente "cairás"...
Encontrarei um centro em ti,
Irei maltratá-lo, abusá-lo e depois abandoná-lo,
Irei erguer-te aos céus só para te ver cair...
A sombra é uma ferramenta,
Um aparelho, uma salvadora...
Viste que tentei olhar para o céu,
Mas os meus olhos queimaram...
Queimaram a luz, queimaram o sol…
Porque é que não podemos ficar sóbrios?
Só queria começar do princípio...
Porque é que não podemos beber para sempre?
Só queria voltar ao princípio.
Alguns dizem que o fim está próximo,
Outros dizem que veremos o fim do Mundo em breve...
Certamente... Espero que sim.
Bem precisava de umas "férias" deste "buraco", deste "anel",
Deste circo de aberrações a que chamamos casa...
Toma a minha mão e leva a minha vida...
Guia-me para longe... Bem longe daqui...
Já nada cresce... Já nada vive aqui...
Pó ao pó, cinzas às cinzas...
Afinal de contas...No fim de tudo, não somos nada...
..